terça-feira, 29 de setembro de 2009

Primeiro, nunca pensei que deixaria de postar, tamanho foi o prazer que meu deram aqueles poucos pares de posts. Mas descobri - ou confirmei - um traço marcante da minha personalidade. E que, diga-se de passagem, tem sido minha ruína nesses 32 anos: levo muito poucas ideias adiante. Seja pela ideia ser natimorta (tem hífen? ajudem-me, essa nova grafia não resolveu o problema desse desgraçado, que, inclusive, merece ser destratado com todo ódio por todos os brasileiros alfabetizados), por meu motor de arranque ser o único que funcione ou talvez por querer tudo ao mesmo tempo agora.

Pois não é que deixei de postar! Desde o longínquo 16 de fevereiro do ano passado que me mantenho em silêncio. Falta do que falar não foi. Tinha, e muito, o que dizer. Como tenho ainda agora. Mas o tal do caminho do meu cérebro às mãos e à boca são tortuosos, obstaculados (nem sei se essa palavra existe) repleto de filtros e mais filtros. Tenho uma dificuldade imensa em me expressar. Talvez por isso tenha escolhido ganhar a vida falando dos outros. Boa forma de fugir de si mesmo.

Mas a necessidade foi aumentando, aumentando, até que chegou hoje e tomei coragem. Voltei, mas não sei quando voltarei novamente. Tempo? Até tenho, mas é tremendamente mal usado. Mais da metade dele é voltado para os outros (olha eles aí novamente).

Talvez precise mergulhar um pouco aqui dentro (olho para o meu próprio umbigo neste momento. não neste, mas antes de escrever isso, pois não sei digitar sem olhar para a tela). Agora, em retrospectiva, acredito que essa mudança de olhar tenha origem algumas semanas atrás ao assistir um dos mais belos filmes desde sempre.

Na natureza selvagem. Narra a história real de um cara que largou tudo e foi correr o mundo. Na verdade, a viagem é mais em busca de si mesmo do que por simples aventura. Tal e qual Kerouac no meu amado On the road. Aliás, minhas predileções de personagens, filmes, livros e etc. têm esse tipo de postura (Eduardo Marciano, Clube da Luta, Baudelaire, Rimbaud...).

Talvez seja uma necessidade de cuspir, vomitar, urinar, defecar, suar ou qualquer outro verbo que signifique pôr pra fora o que tem dentro - e eventualmente não preste. Sinceramente, não estou muito preocupado em descobrir. Vou escrevendo o que vem vindo à mente e isso basta. Quem sabe amanhã eu volte com algo mais a dizer.