quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Bem-vinda a tecnocracia



Depois de ter falado em eleição mais do que gostaria - e deveria - sinto-me na obrigação de escrever o ponto final, juntamente com o fim do pleito. Nunca tive dúvidas da vitória de Dilma e seu discurso durante a campanha, aliás, como o de Serra, em que votei, foi muito pouco propositivo. Mas eis que no primeiro pronunciamento após o resultado ela vem e me acende uma luz no fim do túnel. Discurso equilibrado entre emoção pelo triunfo e compromisso com o futuro. Foi algo semelhante que escrevi no twitter logo depois de ouví-la.

E nas entrevistas subsequentes ela me mostra a mesma coisa. Pelo menos como presidente(a) eleita e ainda não empossada ela já se sai melhor do que como candidata. Fato que só corroborou minha teoria: depois da ditadura militar teremos um governante técnico. De político, Dilma tem muito pouco, ainda. Como quase tudo na vida há nisso um lado bom e outro ruim. O ruim é que política tem que ser feita 24 horas por dia por um ocupante de cargo executivo, ainda mais por quem ocupa o máximo deste. Isso vale tanto para a política interna quanto a externa.

Se ela não aprender - o que eu duvido - terá que ter bons interlocutores. Vai ser preciso acalmar aliados, que são muitos, e a oposição, com certeza com a faca nos dentes para aproveitar qualquer vacilo.

Quanto ao lado bom de ter um tecnocrata no comando fica o compromisso com metas. E pelo que li sobre a presidente(a) ela gosta de cumprí-los. A meritocracia que ela falou no discurso inicial é outro ponto importante: não dá pra lotear os ministérios com quem não tem o mínimo de dom para a coisa. Imagina soltar um elefante numa loja de cristais.

Ah, e torço muito para dar certo, talvez mais do que quem a escolheu. Ela será a presidente de todos: os que nela votaram, os que não votaram, os brancos, nulos e abstêmios. E como não sou um idiota ignorante não quero que dê errado. O que for ruim pra ela será para nós também.

Um comentário:

Tacyana Viard disse...

Não votei nela, mas senti uma firmeza danada no pronunciamento. Foi uma postura que não vi nos debates. Isso me deu segurança e torço, de verdade, para que ela faça uma boa gestão.

Abraços