sábado, 16 de fevereiro de 2008

Estética BCL

O que se pode traduzir por beber, cair e levantar, como diz a música é o vazio. É apenas beber por beber, cair por cair e levantar... bem, acho que para beber e cair novamente. Recorro ao tema por causa do carnval, ainda fresco na mente de muitos, a minha inclusive. Pois é isso que vejo. Esse beber que vanda por aí resume-se apenas a encher a cara, sem qualquer busca, significado ou objetivo.

Aí vão me acusar: "e você também não entorna?" Claro, mas me justifico, embora muita gente que venha a ler isso aqui - e graças a Deus são pouquíssimos - vá achar graça. Beber me dá uma espécie de libertação, botar a cabeça em outro nível, nem sempre bom, vá lá. Mas gosto e preciso de coisas diferentes, de emoções e situações diferentes. É uma eterna busca do novo. Nunca quis beber para cair. E realmente, foram poucas as vezes em que isso ocorreu.

Com certeza, é influência dos meus heróis da música e, principalmente, literatura. Beber sempre teve algo de proibido, de rebelde, Jim Morisson era beberrão, assim como Janis Joplin, Rimbaud e os dois Jacks (London e Kerouac), só para ficar em poucos. Não que queira imitá-los. Porra, não tô conseguindo me explicar!

É quase como uma ordem que vejo nos escritos deles. Uma ode à boemia, à libertação dos sentidos, como falou William Blake. Para quem me cerca e bebe comigo pode parecer outra coisa, mas funciona como se eu chegasse mais perto dos meus heróis, fisicamente falando. Para mim, a bebida tem um quê enorme de poético. Acho do caralho a imagem do sujeito afogando os cornos na cachaça por ser corno ou por simplesmente ter levado um pé-na-bunda.

São das tais imagens decadentes que me fazem derrter: afogar as mágoas na cana e depois passar a noite xingando o ser amado. Quando chega em casa ela está lá de volta, com as indefectíveis unhas descascadas de esmalte vermelho, uma alça da camiseta velha caindo, deixando aquele ombro lindo mais à mostra ainda. Os cabelos descuidadosamente despenteados - mas, claro, sempre limpos.

Beber também está ligado a isso, essa beleza meio decadente, olhos com olheiras, lápis borrado. Tem coisa mais linda do que olhos de lápis borrado? Duvido!

É com esse post meio, ou completamente sem sentido, que faço minha ode ao álcool. E danem-se os aborrecentes que tombam nas ladeiras durante o carnaval.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Um pouco de ficção

O carro estava parado no calçadão em frente ao mar. Na hora batia um terral que deixava as águas lisas como vidro, um espelho escuro de um céu sem estrelas. Dentro do carro, o rei e a renascida conversavam, paravam, pouco se olhavam e choravam.
- Não é assim que funciona comigo. Tem que ter mais, sou intensa, sou cem por cento sempre. E você sempre ficou à margem, se mostrando distante ou pouco interessado. Virava, mexia, você soltava uma frase que sempre mantinha uma distância. E, no dia seguinte, atitudes que mostravam justamente o contrário!

Sem coragem de olhá-la nos olhos ele respirou fundo e, talvez pela primeira vez na vida, tenha tomado a decisão de desabafar.

- E o que você queria? Daqui a seis meses eu terei que ir embora daqui e você sempre deixou bem claro que jamais deixaria esse lugar! Você acha que minhas frases que mantinham distância eram verdade? Eu queria era você perto de mim todos os dias. Queria passar na sua casa quando voltasse do trabalho apenas para dar um beijo de boa noite. Queria dormir ao seu lado todo dia para ouvir aquele seu ronco chato, só para ter certeza de que você estava ali. Queria ouvir seu ronco até que ele se tornasse meu também. E, sendo meu, eu não o ouviria mais, como você não o ouve.

Petrificada, ela apenas abria e fechava a boca, ante a revelação. Depois de uma longa pausa, conseguiu falar com a voz abafada, dolorida.

- E por que você não falou antes?
- Adiantaria de quê? - Agora ele falava alto, quase gritando, como se o berro fizesse com que os sentimentos que faziam doer-lhe o peito, saíssem mais depressa. - Continuaria tudo no mesmo. Eu iria embora e deixaria um coração partido, além do meu que iria mais partido do que já vai. Eu só queria que você soubesse que fingi o tempo todo. Estava apaixonado por você, sim. Se você se segurou, eu não. Só não deixei transparecer, principalmente depois que você disse que jamais sairia daqui.

Nesse momento, as palavras já lhe saíam com dificuldade, pois o choro tapava-lhe as vias respiratórias. Era um fungado, um grito, um jorro de lágrimas. Quase tudo ao mesmo tempo.

- Você não sabe o tempo que perdi pensando em nós. Lembra daquela foto do baile de carnaval há uns três anos?

Ela apenas balançou a cabeça, afirmativamente.

- Tanta gente ali, amigos, namoradas e namorados e eu só consigo olhar para aquela foto e ver nós dois. Pouco me importa quem estava por perto. Quantas vezes não fiz isso nesses últimos tempos. É o único registro que tenho nosso, ainda que eu esteja numa ponta e você na outra. Seu sorriso na foto está lindo, lindo. Lembra do show de Lenine, quando ainda estávamos meio embriagados?

Desta vez ele nem a olhou por vergonha do rosto que sentia inchar de tanto choro acumulado. Tão pouco a esperou responder, embora ela balançasse a cabeça, concordando.

- Você me deu o sorriso mais lindo que alguém poderia dar. Nunca senti aquilo. O chão poderia ter se aberto que engoliria todo mundo, menos nós. Naquela hora eu quis morrer, só para levar como última visão aquele sorriso que você me deu. Pois é, esse sou eu. - Agora, ele virava-se para ela. - Não sou insensível, idiota ou vítima do complexo de Peter Pan. Sou intenso, tão ou mais que você. Mas trancado. E essa tranca talvez seja vista como covardia. Ou vai ver sou covarde mesmo. De certa forma, foi medo de me entregar.

Virou-se para frente, como se a buscar respostas no encontro do mar com o céu. Mas nada viu. Ela, estarrecida pelo que jamais ousaria ouvir, do mesmo jeito ficou, quase como uma estátua. Olhava para ele como se o visse pela primeira vez.

E, pela primeira vez naquela noite, uma lufada de vento entrou no carro.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sonho capilar

Carnaval e suas conseqüências físicas superadas, volto à carga para contar uma coisa mais que esdrúxula sucedida antes dos festejos de Momo. Eu tive um sonho. Mas, como na música do Kid Abelha eu não me atirava do oitavo andar. Sonhei foi esquisito - como também considero esquisito ter lembrado, já que a memória o que tem de boa em vigília tem de falha no repouso.

Mas, sem delongas. A primeira esquisitice foi que sonhei com uma cabeleira abundante em minha cabeça. Explico já que não tem foto minha aqui: como meus cabelos resolveram bater em retirada por medo sabe-se lá do quê resolvi acelerar o processo e raspá-los. Isso já há uns dois anos e meio. E me perguntei porque cargas d'água um careca assumido e orgulhoso do que carrega - ou que não carrega, a depender do ponto de vista - teria que sonhar com uma cabeleira tão vasta.

O cabelo era preto e muito volumoso, aquilo que aqui em Pernambuco chamamos de fuá. Quando os tive, nunca foram pretos. Pois bem. O sonho passou-se comigo diante do espelho olhando aquela maçaroca esquisita. E não mais que de repente aparece-me na mão minha velha companheira máquina de raspar a cabeça. Pus-me a fazer o serviço e antes de terminá-lo, o sonho acabou.

Curiosíssimo, fui ao bom e velho Google, pomposamente apelidado por meu amigo João Grillo como O Oráculo da Internet, e descobri a razão de meu devaneio. Foram nada menos do que 464.000 resultados. Primeiramente pensei: "não estou só. O cabelo está mesmo no imaginário do povo."

Ao invés de acabar, a garimpagem aumentou ainda mais minhas dúvidas. Foi todo tipo de explicação com as quais me deparei. A primeira foi a que mais me agradou: sucesso com o sexo oposto. Mudar a forma de atuar ou pensar. Vivo mudando e nunca sonhara com cabelo antes, portanto, o próximo.

Outro me assustou: perigo de traição por parte de amigos. Outro para fazer tremer: sonhar que seu cabelo está comprido demais é mau agouro. E esse: "Cortar os cabelos sugere que você está passando por uma perda de força. Alguém está tentando lhe censurar , ou você pode estar remodelando seus pensamentos e ambições e eliminando pensamentos e hábitos indesejáveis."

Diante de tanta gente que em vez de usar o cabelo para pentear, secar, lavar, escovar ou fazer chapinha e se mete a cabelereiro virtual, resolvi adaptar algumas dessas situações. Se sonhar que o cabelo está comprido é mau agouro, eu cortava o cabelo no sonho. Portanto, xô mau agouro!

Perda de força? Dalila fez o mesmo com Sansão, mas mesmo tão careca quanto eu ele derrubou o templo.

Pois bem, ainda estou aberto a outro significado diferente. Quem tiver sugestões, por favor, o espaço está aberto. Enquanto isso, vou vivendo fazendo sucesso com o sexo oposto, esperando o mau agouro, a traição dos amigos e remodelando meus pensamentos e eliminando meus hábitos indesejáveis.

Se um simples cabelo faz tudo isso, imagina quando eu sonhar que estou tomando banho...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Trégua na Guerra dos Sexos

Iria usar essa postagem para uma resposta a altura. Pois a querida Renatinha achou de citar Machado de Assis para atacar os homens (ou parte deles) com a histórias das maçãs que estão no alto da árvore etc, etc. Pois o primeiro texto de Machado que procurei para fundamentar minha resposta foi A queda que as mulheres têm para os tolos. Na verdade é uma tradução de um texto francês, que, dizem, o Bruxo do Cosme Velho deu seu toque pessoal também.

Mas, lendo o texto hoje - a última vez o que o tinha feito foi há quase 11 anos - vi que Machado realmente tem razão. Os homens tolos, dementes ou até burros, se dão melhor. Ao menos superficialmente. Mas será que essas maçãs no topo da árvore querem algo superficial. No texto, em momento algum, ele fala de compromissos entre homens e mulheres. São amores fortuitos, flertes ou a famosa paquera, só para usar o termo mais atual.

Pelo que vejo, ou interpreto, é que as maçãs do topo da árvore querem algo mais sério. Não, não vou usar palavras como casamento, namoro, dividir o mesmo teto ou sinônimos. Vai ver que aí está a desgraça dos homens de espírito. Por quererem, ou vislumbrarem, sempre algo mais "sério", quebram a cara de vez em sempre.

Imagino os comentários: "Ah, ele tá falando isso porque é um mal-amado". Não, não sou mal-amado e acho que nunca fui. É só uma análise do que vejo - em mim e nos outros. Realmente, os tolos se dão melhor porque tanto faz perder ou ganhar; conquistar ou levar um fora. É apenas mais uma (s).

Para o homem de espírito, é sempre "ela". A idéia de finitude não existe na cabeça desse pobre homem - eu ia escrever tolo. "Que seja eterno enquanto dure", como disse o Poetinha, jamais. O pior é que essa criatura jamais se cura. Leva uma, duas, três porradas mas basta envolver-se novamente para ir lá e BUM!

Há quem tente uma mudança de atitude: virar um tolo, enredar pelo caminho mais fácil e olhar para as mulheres como naqueles desenhos de bangue-bangue, em que a cada alvo abatido, o atirador marca com um giz na parede a vítima. Mas não é isso que acontece. E aí entra em cena outra análise sublime de Machado ou de quem tenha escrito o tal "A queda..." Essa tomada de consciência se dá lá pelos fins dos 20, início dos 30. É a fase em que o homem já sabe o que quer da vida - ou pensa que sabe ou finge que sabe. Mudar a natureza fica difícil e o camarada se fecha. O coração começa a petrificar-se.

E a indiferença talvez seja o mais vil dos sentimentos. Não embriaga como o amor nem arde como o ódio. Em ambos, o objeto - amado ou odiado - precisa estar em vistas. Amor e ódio são feitos de toque, de contato, de comunicação. Se boa ou má, está na cara e não vou perder tempo nem letras explicando. A indiferença é feita de... reticências, de branco, de vazio. É como se algo estivesse morto ou jamais existira.

E é isso que tenho visto, em homens e/ou mulheres.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Adaptações

Hoje vou dar um tempo no meu blá, blá, blá psicológico para meter o bedelho em algo que vem me chamando a atenção nas duas últimas semanas: as adaptações. Estou quase terminado o livro e vi o filme Meu Nome não é Johnny e, depois de muito, vi uma adaptação de livro para as telas funcionar bem. Óbvio, não está tudo ao pé-da-letra - nem poderia porque são meios diferentes. Mas, mesmo assim, o filme tem alma, assim como o livro. E essa alma não é nenhuma reencarnação vuduzada do original. É uma releitura com o mesmo foco.

Bem diferente do que tenho visto por aí. E o exemplo mais aberrante foi outro filme a aportar recentemente em nossas telonas: O amor nos tempos do cólera. Uma versão neandertalesca do sublime romance de Gabriel Garcia Márquez. Personagens caricatos, cenas sem qualquer propósito e um ridículo apelo sexual fazem do filme uma grande merda. Sabe aquelas horas em que você tem vontade de pedir o dinheiro de volta? Pois bem, foi uma delas.

Pelo que me lembre, a única outra boa "tradução" das páginas para o cinema foi Clube da Luta, de David Fincher no cinema; e Chuck Palaniuck, na literatura. O ritmo é ágil e cortante nos dois. A narrativa fantástica e o clima soturno também é mantido. Os finais são diferentes e chegou ao cúmulo do próprio escritor considerar o desfecho do filme melhor do que aquele por ele criado no papel.

Há alguns anos, mais de dez para ser exato, ouço falar que On the road, o clássico de Kerouac, e meu segundo livro preferido - o primeiro é O Encontro Marcado, de Fernando Sabino - seria transposto das páginas para a película. Francis Ford Coppola é o detentor dos direitos, mas adia ad infinitum a sua elaboração. Já falou-se que Walter Salles seria o diretor, que Johnny Deep faria Sal Paradise, etc, etc. E até agora nada.

Vai ver falta coragem para levar a cabo tal empreitada. E acho melhor deixar quieto mesmo. On the road é um monstro e deixa ele vivo em nossos corações. Além disso, a linguagem da época - não a prosa de Kerouac - soaria datada. Jazz em abundância para ouvidos encharcados de Britney Spears, Beyoncé, Avril Lavigne? Não acho que emplacaria.

Pergunte ao pó, de John Fante, que teve Colin Farrell e Salma Hayek soou superficial, justamente por pertencer a uma época em que a linguagem era diferente. Uma coisa é ler o livro e formar a história na cabeça - diferente, de cada leitor. Outra bem mais complicada seria transformar aquilo num ser único e mostrá-lo para outros que já os têm construído.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Sem sentido

Por que não me deixam em paz? Por que vêm tirar meu sono? Por que vêm tirar-me o sorriso da cara? Tá, ele é meio amarelo, mas é o único que aparece no momento, ainda que em meio a litros de uísque. Só pra me mostrarem a verdade, nua e crua. E a verdade não é boa. Nem má. Indiferente e fria como uma gilete, daquelas que não tem onde você pegar quando ela escorrega de sua mão. De um lado ou de outro, vai cortar. Aquele corte pequeno, ardido e que sangra tanto; parece o sangue vem não sei de onde.

Não dá para falar porque estou mudo. Nem gritar porque os outros estão surdos como na música de Roberto Carlos. Nem dá para ir embora, o eterno fujão dos meus devaneios, do escuro do meu quarto, dos parcos minutos antes de pegar no sono. Não dá para cicatrizar as feridas abertas. É a impotência diante do inevitável. É choro seco. A fonte secou, o choro agora pára na garganta, como se uma bola de tênis a entalasse. Depois começa a arder, queimar, arranhar. E novamente, o inevitável: não dá para voltar atrás, desdizer o que foi dito.

Não existe o perdão. Bateu está batido. Leu está lido. Ouviu está ouvido. Ninguém vai mais tirar, fingir. Não existem palavras que entrem por um ouvido e saiam pelo outro.

A única saída é ser um outro, mas em todos os sentidos, até na cor da pele e dos olhos.

E essa torrente de palavras, que nem sei porque estão aqui, talvez não façam sentido algum.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Carapaça

A volta à labuta sempre suga um pouco da inspiração. Por isso tanto tempo sem postar nada. Durante as férias, era aquele velho ditado: "mente vaiza, oficina do diabo". Tomara que o carro dele já tenha ficado pronto e pare de soprar coisas feias no meu ouvido. E assim começo esse texto meio sem saber sobre o que escrever. Carnaval chegando? Não.

Talvez sobre coisas que escutei. Mas tenho medo de denunciar os autores, eheheheheh. Talvez sobre meus medos. Ainda tenho alguns. E agora estou com medo da incapacidade de assumir certos riscos, com pessoas, claro. Ando acreditando que perdi a fé no ser humano. É tanto dar e tomar, tirar e pôr que me irrita. Ou será que o problemático sou eu e fico jogando a culpa na cara dos outros?

Aliás, esse era um assunto que até gostaria de evitar. Porque sempre vai aparecer alguém chamando de recalcado, seqüelado, traumatizado e, claro, corno. Talvez seja um pouco de cada um, no final das contas. Mas o meu desejo de mudança, radical, deve estar falando mais alto e criando uma carapaça. Claro, carapaça é bom. Mas esquenta demais, acredito. E do jeito que sou calorento...

Se alguém tiver uma fórmula para deixá-la menos indestrutível, será bem recebido.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Babau

Vibro quando vejo um filme, leio um livro ou assisto a uma peça com o tema vingança. É isso mesmo, gosto de dar o troco, podem me chamar de vingativo, rancoroso ou sei lá mais o quê. E isso aqui não é espaço para auto-terapia? Pois também tenho que revelar o lado mais escuro de minha personalidade, embora não ache nada demais em não esquecer o mal que te fizeram. Aprendo com eles. Primeiro a não confiar em certos tipinhos (ou tipinhas). Segundo, porque só acerta quem já errou um dia.

Pois o filme narra a história de um cara que fica preso durante 15 longos anos num quarto exíguo, tendo como companhia apenas uma televisão e seus próprios demônios. Fica sabendo que sua mulher foi assassinada por ele mesmo! Ao conseguir fugir, claro que com a permissividade daqueles que o mantinham em cativeiro, vai em busca de vingança. Só que a vingança maior não era dele e essa sua fuga fazia parte de uma vingança maior. Me coço para contar tudo, mas aí vai estragar a festa de quem não viu. O filme chama-se Oldboy e é coreano.

Vi a que ponto pode chegar a vingança e o quanto o ser humano pode torturar o outro. E quer saber? Achei muito bem feito, o filme também, mas principalmente, a vingança. Claro que jamais fiz algo parecido, nem mesmo cheguei perto. Meu pior crime foi esperar um colega de classe cometer um deslize e perguntar uma besteira na aula de um professor que já avisara: "quem perguntar besteira, vai levar babau (legenda: tapas na cabeça).

Como eu sabia que meu "desafeto" falava abobrinhas com certa freqüência apenas esperei algumas semanas. Ah, ele jogara um chiclete em minha cabeça. Pois chegou o grande dia e, no apagar das luzes, não tive dúvida, taquei-lhe foi um murro na cara. Por azar, ou sorte, minha ou dele, não sei até hoje, só acertei a testa, de onde subiu um galo.

Como já estávamos no início da adolescência e homem não chora nessa fase da vida, ele tentou engolir o choro a muito custo. Os olhos encheram de lágrimas até ficarem vermelhos. Voltei ao meu lugar com a cara mais lavada do mundo.

Pronto, confessei aqui meu primeiro e único crime. Movido por vingança. Quem for terapeuta que se arrisque a dar um diagnóstico sobre minha pessoa. Mas aviso logo: não mexa comigo, eheheheheheh.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ano-novo

Sabe certas situações que você sabe tudo o que vai acontecer e termina acontecendo algo que te marca? Pois bem, comigo aconteceu. Festinha caseira, música boa, companhias melhores ainda e eis que sou apresentado a uma pessoa iluminada. Jeito calmo, bem mãezona. E de minha data de nascimento, dissecou parte, pequena, de mim.

Fiquei sabendo que estou no início de um novo ciclo na minha vida, que o tive um ano complicado - e tive mesmo. Tudo isso vindo de alguém que acabara de me conhecer! Ruim? Nada!. Fui alertado que sou bom executor, mas não devo carregar sempre as obras dos outros. Realmente, é bom pintar o próprio quadro de vez em quando.

Boas perspectivas para o ano. Logo pra mim, que estava querendo uma coisa boa para postar depois de destilar minhas angústias na última de 2007.