terça-feira, 29 de junho de 2010

Búfalo

Voltei a ler – já perdi a conta das vezes – o perturbado e magistral O Búfalo da Noite, de Guillermo Arriaga. Talvez seja minha obsessão pela loucura o fato de estar sempre com esse livro às voltas em minha cabeceira e meus gostos literários como um todo. Não que o autor seja um “maldito”. É apenas (?) um ótimo contador de histórias, tanto nas páginas impressas quanto nas telas de cinema. A loucura parte das páginas, misturada à traição, jogos mentais muito bem bolados e, como não poderia deixar de ser, tendo como pano de fundo um triângulo amoroso.

Os personagens são todos malditos: o esquizofrênico que deixa um rastro de dúvida e temor nos sãos. Os sãos que se deixam levar pela loucura do louco. Todos se enredam ao ponto de mostrarem – pelo menos para mim – a verdadeira intenção do autor: que a linha que divide a sanidade da loucura é tênue como um fiapo de roupa.

Aliás, como disse o demente Coringa de Heath Ledger: “a loucura é como a gravidade, basta um empurrãozinho”.

O livro virou filme e passou obscurecidamente no Recife em 2008. Foi num cinema lá no Recife Antigo, acho que na Rua do Apolo – de nomes sou fraco. E mesmo com roteiro do próprio Arriaga, não tem o mesmo senso de perigo do livro. Mas vai aí o link do trailer porque o imbecil que pôs no youtube não liberou o embed:

http://www.youtube.com/watch?v=aaIOWpr3YO4

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