sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Trégua na Guerra dos Sexos

Iria usar essa postagem para uma resposta a altura. Pois a querida Renatinha achou de citar Machado de Assis para atacar os homens (ou parte deles) com a histórias das maçãs que estão no alto da árvore etc, etc. Pois o primeiro texto de Machado que procurei para fundamentar minha resposta foi A queda que as mulheres têm para os tolos. Na verdade é uma tradução de um texto francês, que, dizem, o Bruxo do Cosme Velho deu seu toque pessoal também.

Mas, lendo o texto hoje - a última vez o que o tinha feito foi há quase 11 anos - vi que Machado realmente tem razão. Os homens tolos, dementes ou até burros, se dão melhor. Ao menos superficialmente. Mas será que essas maçãs no topo da árvore querem algo superficial. No texto, em momento algum, ele fala de compromissos entre homens e mulheres. São amores fortuitos, flertes ou a famosa paquera, só para usar o termo mais atual.

Pelo que vejo, ou interpreto, é que as maçãs do topo da árvore querem algo mais sério. Não, não vou usar palavras como casamento, namoro, dividir o mesmo teto ou sinônimos. Vai ver que aí está a desgraça dos homens de espírito. Por quererem, ou vislumbrarem, sempre algo mais "sério", quebram a cara de vez em sempre.

Imagino os comentários: "Ah, ele tá falando isso porque é um mal-amado". Não, não sou mal-amado e acho que nunca fui. É só uma análise do que vejo - em mim e nos outros. Realmente, os tolos se dão melhor porque tanto faz perder ou ganhar; conquistar ou levar um fora. É apenas mais uma (s).

Para o homem de espírito, é sempre "ela". A idéia de finitude não existe na cabeça desse pobre homem - eu ia escrever tolo. "Que seja eterno enquanto dure", como disse o Poetinha, jamais. O pior é que essa criatura jamais se cura. Leva uma, duas, três porradas mas basta envolver-se novamente para ir lá e BUM!

Há quem tente uma mudança de atitude: virar um tolo, enredar pelo caminho mais fácil e olhar para as mulheres como naqueles desenhos de bangue-bangue, em que a cada alvo abatido, o atirador marca com um giz na parede a vítima. Mas não é isso que acontece. E aí entra em cena outra análise sublime de Machado ou de quem tenha escrito o tal "A queda..." Essa tomada de consciência se dá lá pelos fins dos 20, início dos 30. É a fase em que o homem já sabe o que quer da vida - ou pensa que sabe ou finge que sabe. Mudar a natureza fica difícil e o camarada se fecha. O coração começa a petrificar-se.

E a indiferença talvez seja o mais vil dos sentimentos. Não embriaga como o amor nem arde como o ódio. Em ambos, o objeto - amado ou odiado - precisa estar em vistas. Amor e ódio são feitos de toque, de contato, de comunicação. Se boa ou má, está na cara e não vou perder tempo nem letras explicando. A indiferença é feita de... reticências, de branco, de vazio. É como se algo estivesse morto ou jamais existira.

E é isso que tenho visto, em homens e/ou mulheres.

2 comentários:

Renatinha disse...

Acredito que esteja esperando um comentário meu sobre tua análise, visto que a inspiração para as escritas foi meu post As maças. Não sem antes explicar q a proposta nunca foi atacar homem algum. Engraçado como, pra vcs, enaltecer a mulher soa como rebaixar o homem! Tsc tsc tsc. Pobre sexo fraco! O texto de Machadinho foi para uma amiga cuja auto-estima anda beeeem baixinha por conta de um tapuru (dos piores, acredite) da vida. Mas já que entramos na questão, vamos a ela, em resumo. O assunto é longo, e conversemos depois com calma, mas creio q não há o q discutir qdo algm se sente petrificado, insensível ou morto. Quando há medo, insegurança, trauma, receio, tudo bem. Mas no primeiro caso...caixão e vela preta. Homens tolos e dementes e homens de espírito. Infelizmente, há muito mais entre esses dois sujeitos do q supõe nossa vã literatura. Acredito que há mulheres e homens fúteis, mulheres e homens malas, mulheres e homens traumatizados, mulheres e homens burros, mulheres e homens descompromissados e mulheres e homens maduros. Neste caso, é simples e natural: há a idéia de construção, de instituição, de seriedade mesmo. Se uma das partes não está de acordo, "tchau e beijomeliga" pra ela. Simples assim. Não acredito em nada sem objetivo, finalidade ou meta. Agora, se o homem ou a mulher perderam a capacidade de sentir, seja o q for, realmente só resta lamentar.
Enfim, é por aí, querido Wladmir. =*

Anônimo disse...

Wlad,chamo assim pq não conheço,se não chamava assim:ô lindinho!
Vamos lá, Machado escreveu" Com a mão na consciência, falo-lhe a verdade; essa flor não e uma predileção do espírito, é uma escolha do coração." Acredito q pra tal escolha é preciso iniciar uma nova era, no seu pensamento, em vc, no olhar os outros, acho que algumas flores só esperam à inauguração dessa nova era!
"Penso e sinto assim."