terça-feira, 24 de agosto de 2010

Esperando On the road




É com atraso que venho falar da versão cinematográfica de On the road, o clássico de Jack Kerouac que nosso Walter Salles começou a filmar no início deste mês. Li o livro pela primeira vez há 13 anos e sempre vi que ninguém tivera coragem de transpô-lo para o cinema. Chegaram a dizer que era impossível traduzir a prosa de Jack em outra linguagem.

Pode ser até que dê errado. Mas há de se tentar ao menos uma vez, gente! Espero um grande filme – ficaria lindo se rodado em preto e branco. Admiro a coragem de Salles e Jose Rivera (roteirista). Pelo que o próprio diretor falou do elenco, todos estão muito comprometidos. Kristen Stewart, uma atriz jovem e alçada à fama com Crepúsculo, topou o projeto há dois anos e mesmo tendo virado uma estrela nesse meio-tempo, manteve-se fiel. Bom indício.

A única coisa que senti falta, pelo menos nesse “pré-On the road” foi de Johnny Depp. Ele tem adoração quase religiosa pelo livro e merecia aparecer no filme. Há alguns anos chegou-se a cogitar que ele interpretaria Sal Paradise/Kerouac, com Brad Pitt no papel de Neal Cassady/Dean Moriarty.

Acho que os truques de maquiagem conseguiriam dar uma cara de 26 anos a Depp, que tem 47. Quando a Pitt, não tem o porte físico de Cassady.

Quanto ao fato de ser adaptação de um livro, o cinema está cheio de bons e maus exemplos. O Brasil tem um bom exemplo recente com Meu nome não é Johnny. Lá fora, o melhor que conheço é Clube da Luta. O filme tão bom quanto livro. Aliás, o autor, Chuck Palahniuk, considera o fim do filme melhor que sua obra.

Do outro lado, temos um exemplo muito ruim, com um agravante: o autor do livro também foi o roteirista. O Búfalo da Noite, excelente romance de Guillermo Arriaga, virou um filme chato, sem densidade e com personagens vazios.

Outra boa lembrança é da filmagem de um clássico: Moby Dick, de Herman Melville. Em 1956 chegou às telas sob direção de John Huston. Com Gregory Peck no papel do Capitão Ahab, o filme mostra toda raiva insana que conduziu o marujo ao enfrentamento final com a baleia cachalote.

Temos bons e maus indícios. Agora é esperar e torcer para um grande filme. On the road merece.


Um comentário:

Renatinha disse...

Ei, e tu te lembras de O amor nos tempos do cólera? Blerg! Mas que sigam-nos os bons. =)