quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Meus livros (parte I)




Não sou fanático como o personagem Rob Gordon, de Alta Fidelidade, mas não nego, gosto de listas. Duas delas estavam rolando no Facebook há alguns dias e resolvi fazê-las. A primeira, pede para você compilar 15 livros de sua preferência. Confesso que foi difícil reduzir tanto, mas a lista dá um apanhado de muita coisa de minha preferência.
Sem ordem.


O Encontro Marcado - Fernando Sabino.
Embora eu tenha escrito que não estavam em ordem preferência, este livro é, realmente, meu preferido. Conta a história de um aspirante a escritor, reconhecidamente talentoso mas que com o passar dos anos afunda-se mais e mais numa vida burguesa e guarda sua vocação num porão escuro. Quanto mais tenta retomá-la, mais angustiado fica. É a eterna busca de si mesmo, o tal encontro de que fala o título. Foi o único livro que me fez chorar, não só na primeira leitura, mas em cada uma das posteriores, cuja conta já perdi. Muitas partes da história são inspiradas na vida de Fernando Sabino, com a diferença de que este sempre deu vazão ao seu talento de narrador.


On the Road - Jack Kerouac
Escrito em 1951, mas só publicado em 1957, justamente um ano depois a O Encontro Marcado e assim como o texto de Sabino, apontado como o definidor de uma geração. Também mostra a procura da vida verdadeira através de Sal Paradise e Dean Moriarty, que lançam-se de corpo e alma a perambular pelos EUA e ocasionais incursões ao México. A vida, aqui, tem que ser sentida da forma que aparece, com todos excessos, mudanças de rota, sexo e drogas que aparecerem. Narra fatos reais vividos por Jack Kerouac (Sal) e seu amigo Neal Cassady (Dean), além de amigos e amantes. Uma das obras mais famosas de segunda metade do século XX. Vai virar filme pelas mãos do brasileiro Walter Salles, com estreia prevista para 2011.


O Amor nos tempos do cólera - Gabriel Garcia Márquez
Não nego que a fama maior seja de Cem Anos de Solidão, mas, para mim, o realismo fantástico da família Buendía fica um degrau abaixo do amor entre Florentino Ariza e Fermina Daza, que atravessa pouco mais de meio século, onde os amantes pouco se viram e o apaixonado protagonista ainda tem que esperar encerrar o casamento de sua musa com o médico Juvenal Urbino. Aliás, o triângulo amoroso do livro reúne alguns dos pernsonagens mais apaixonados da história da literatura. A morte de Juvenal é um dos momentos mais marcantes do livro, que merecia uma adaptação bem melhor para o cinema do que a cometida por Mike Newell em 2007. O ponto de partida para o escritor foi o início do romance entre seus próprios pais.


O Búfalo da Noite - Guillermo Arriaga
Tensão da primeira à última frase. Arriaga, mais famoso por roteirizar filmes, criou uma narrativa girando em torno de um só tema: a loucura. Há um louco diagnosticado (Gregorio), mas quase todos os personagens têm um pé fora da realidade, seja por violência (Manuel) ou por incompetência de lidar com a confusão de sentimentos (Tania). Esses formam o triângulo amoros, com os dois rapazes, amigos de fé, dividindo o coração da mocinha. Aparentemente, enredo para água com açúcar. Só que o tempero doce aqui foi substituído por arsênico. Gregorio se mata, mas deixa para o ex-amigo Manuel uma série de mensagens cifradas que vão fazê-lo entrar em seu mundo. No meio de tudo está Tania, vítima do amor doido de um e quase terno de outro. Em 2008, o próprio Arriaga fez o roteiro para a versão cinematográfica do livro mas não conseguiu dar aos personagens a mesma densidade.


PS: Como são muitos livros e não gosto de posts muito grandes, a sequência vem depois.

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