quinta-feira, 2 de setembro de 2010

É mel, é muuito mel




O universo entre macho e fêmea sempre me despertou indagações: porque uns têm tanto e outros tão pouco? Em português claro: por que certas pessoas exercem atração tão forte sobre o oposto, algumas vezes sem os atributos necessários para tal – sejam internos ou externos. Alguns tipos de mulher trazem consigo ou ao seu redor uma carga sexual absurdamente elevada. São capazes de provocar ereções numa porta, fazer uma pedra gozar, largar casa, carreira, mulher e filhos para ir atrás delas. Por quê? A substância das quais elas são feitas ainda não consegui decifrar, por mais que tente. Só me resta descrevê-las.

São as mulheres que têm mel no priquito*

Costumo dividí-las em dois grupos menores. O primeiro é um que pode enganar à primeira vista. Ele é formado por aquelas que você me diria: “Ah, meu velho, aquela ali é claro que é muito cantada, olha a lata dela!”

Mas não é bem assim. Ainda esse primeiro tipo tem um quê diferente. Tudo bem que normalmente elas são bonitas de rosto e têm um corpo, no mínimo, proporcional. Mas é só vê-la ao lado de outra da mesma marca para notarmos que ali tem algo diferente. Ai me pergunte: “O quê?”. Eu digo: não sei.

Antes que me chamem de feladaputa e parem de ler por aqui mesmo, vou explicando que é justamente responder à questão digitada uma linha e um espaço acima que esse texto se propõe. Enquanto escrevo, vou matutando minhas teorias. De tudo que já coloquei na mesa: sorriso, pernas, boca, cabelo, jeito de andar, de falar, etc. Até o sovaco eu já procurei estudar, levado por uma queda de um amigo a esse ângulo reto do sexo oposto.

Eis que acredito ser algo intangível. Talvez seja um cheiro oculto às narinas e afeito aos hormônios, poros. É algo femininíssimo em sua mais pura essência, que hipnotiza o olhar, causa torcicolo e belos devaneios noturnos. Numa boate ela reina absoluta. Podem ter três mil mulheres no local, igualmente lindas, mas ela se destaca. Inclusive, até suas pares tão ou mais belas acusam o golpe: lançam um olhar de derrubar lagartixa de parede, entortam o nariz, viram a cara ou mexem furiosamente no cabelo.

A genitaliamente adocicada bela só pode é mais facilmente identificada na companhia de outras igualmente bem apessoadas. A prova dos nove é a comparação.

Vamos logo ao segundo tipo que é o que mais me interessa.

Classificá-las de feias seria uma tremenda imbecilidade, visto o mesmo furor que ela causa na espécie masculina. Porém, este é mais curioso. Ela não é totalmente proporcional como a bela. Pode ser muito baixa (em altura), não se apresentar tão bem em trajes de banho, estar um pouco, às vezes até um muito, acima do peso. Algumas até se desarrumam tentando paracer mais normais. Não se preocupam tanto em deixar os cabelos assim ou assado, não usam salto, os vestidos são simples...

E quanto mais simples, mais teoricamente nem aí para a aparência é que a bicha chama a atenção. Algumas sequer passam batom nos lábios! Mas fazem qualquer um arriar até cinco pneus, se tantos possuíssem.

Por não serem o padrão de beleza – ao menos aquele que nos é imposto por revistas, filmes, novelas e etc. - é que se tornam mais intrigantes. Não venham dizer que é pegada, pois elas chamam a atenção sem sequer nos dirigirem um bom dia. Não precisam fazer qualquer esforço de sedução porque elas SÃO a sedução personificada.

Talvez, falo sempre na teoria porque não consegui comprovar nada cientificamente, ainda,
esse caso seja algo genético. Pois esse grupo sempre nega o próprio poder. O tipo belo, o anteriormente descrito, ao contrário, parece já ter vindo ao planeta com o manual: Como Fuder Um Homem Em Sete Passos.

A coitada da não tão proporcional vive o lado oposto da moeda. Por atrair demais, muitas vezes mais do que suas irmãs de sangue, terminam metendo os pés pelas mãos. Arrumam os piores espécimes de macho que vagam sobre o planeta. Em primeiro lugar, só pegam os cabras mais feitos da paróquia. Vira, mexe são desrespeitadas, levam chifre, são usadas como troféu e, via de regra, se apaixonam sempre pelo que não deve.

Funciona como se a beleza medida de uma servisse como um freio ético: ela normalmente caça, dificilmente é caçada. A outra, coitada, chega a ser agarrada à força por marmanjos invariavelmente bêbados. Manda para longe todas as regras do bem conviver. Os amigos das amigas não resistem, os próprios amigos que sempre a viram como alguém engraçada e até brincavam com o constante assédio, caem na rede, um dia.

Quando estão namorando há uma verdadeira fila de pretendentes à espera. E, como dito antes, sem qualquer dose de discrição: abrem o jogo, sempre do tipo: “Se teu namorado te der o fora, tô na área”. Ou: “Que pena que fulano chegou primeiro, mas qualquer coisa tô por aqui!”

Na não tão proporcional tudo é ostensivo. Não a fêmea em si, mas o que tem de consequência de sua invisível atração. O que uma ostenta fisicamente a outra ostenta... no ar? No cheiro? Nas palavras?
Só sei que ela ostenta e numa força que provoca uma reação em igual intensidade, já diria o velho Isaac Newton.

Por isso ela é o meu tipo predileto.

*Expressão utilizada por Zé Araújo/Ojuara para Genifer em cena do filme O Homem que Desafiou o Diabo. Pode ser conferida no vídeo abaixo.

Nenhum comentário: